ALUNA:
Caroline Stéfany Pereira Silva 8º ano
PROFESSORA:
Juliana França Gonçalves Gimenes
ESCOLA:
E. E. Dalva Stela de Queiroz
CATEGORIA:
Memórias Literárias
Doces
recordações
Daqui, dessa cama de hospital, olho
pela janela e vendo o céu, doces recordações me invadem o coração. Não fosse
apenas esse céu azul, mas o cheiro de verde, o aroma de poeira...
Oh, parece que vejo os cavalos
passando, ao longe alguém campeando o gado, abanando o café..., então me vejo
ali. Menina, descalça, brincando com bonecas feitas de espiga de milho.
Papai chama e é hora de ir à cidade,
a pé ou a cavalo subindo e descendo serras que mais parecem minas, “gerais”.
Hoje, as pessoas andam de carros motorizados, já não há tanto verde nem ar puro
como no sertão de minha infância.
Lembro de quando saíamos, à noite,
carregando lona às costas para montar barracas e ficar vendo a lua e as
estrelas. Passávamos horas e horas esperando ver cair uma estrela cadente e
aquilo nos enchia de alegria.
Hoje, as pessoas não param um segundo
sequer para contemplar a natureza e nem tão pouco as estrelas. Parece até que
não há mais cadentes. Muitos dizem que o mundo está acabando aos poucos. Mas,
na verdade o que se desfaz é a esperança e alegria contidas na beleza dos olhos
de quem vê como criança.
Sinto saudades da comida que a vovó
fazia, usando temperos da roça; o pão de queijo era acompanhado de café e
aconchego e o bolo de fubá, quentinho, só não era tão gostoso como os afagos da
minha velhinha.
Hoje, as crianças não se reunem com
a família, destratam pais e avós. A quitanda vem da padaria e os beijos, onde
será que eles se esconderam?
No meu tempo, os brinquedos eram
simples e o bom era isso: qualquer coisa poderia ser um brinquedo. Hoje, os
jogos são eletrônicos, tem o computador e a televisão.
Os cientistas dizem que o mundo está
caminhando, indo para frente. Acho que não! Ele regride a cada dia, pois cada
vez mais as pessoas perdem seus valores e esses não voltam facilmente.
Agora, na velhice, sinto que minha
casa é meu coração, pois ele que me revela o que fui o que sou. Ele é que me
mostra a paisagem do lugar onde vivi e, em meio a tantas belezas, que mesmo
sendo destruídas pela civilização moderna, me inspiram esperança...
Volto para o presente, mas fico
entre o leito e o paraíso, sonhando com meu passado tão lindo, que vivi nesta
terra mineira.
Texto
baseado na entrevista com a Senhora Maria José Oliveira, 62 anos.
ALUNA:
Wynni Jordana Rosário de Souza
PROFESSORA:
Juliana França Gonçalves Gimenes
A dor da saudade de uma infância vivida
Hoje me deparei lembrando do meu
passado, dos dias felizes, da época em que tudo era simples e a simplicidade
era o melhor que se tinha. Avistei um avião no céu e lembrei de como o ar era
puro e que hoje fora substituído pela poluição.
Lembro-me dos tempos calmos, no qual
só se assustava com histórias de terror que, à noitinha se contava. Hoje, o
terror virou realidade e, raramente encontra-se a paz.
Que saudades das brincadeiras, das
corridas e da bola de meia. Quando a chuva caía, sentíamos o cheirinho de
poeira e pela janela aguardávamos ansiosos a chegada do arco-íris. Então, tudo
era festa! A enxurrada se transformava em rio. Hoje, a chuva é ácida e
perigosa, o arco-íris tem explicação científica e não se acredita mais em
duendes e no tesouro que nele há.
Na pequena capela, íamos todos os
domingos e, em dias santos, seguíamos a procissão, que entre o cheiro de velas
e o coro do canto, misturava-se ao desejo de mamãe nos comprar pipoca e
algodão.
Recordo que, em casa, depois da
janta, reuníamos em volta do fogão de lenha e, assim como a brasa, nossos olhos
brilhavam despontando sonhos. Entrávamos no fantástico mundo das histórias e só
saíamos de lá quando papai nos levava para cama e apagava a lamparina. Em noites
de lua cheia, sentávamos no alpendre da casa para apreciar a lua e papai nos
presenteava com uma canção, ora da sanfona, ora do violão. E, ao contemplar o
dia que findava, agradecíamos a Deus por mais um dia e pela graça de poder
contemplar o céu azul da pequena cidade do interior.
Ao fechar os olhos, parece que ainda vejo,
vovó, meus primos e eu, subindo a estrada que leva à Cruz do Cristo Redentor.
Eram horas de oração, mas isso não nos impedia de desviar os olhos para as
belezas do cerrado e, quando lá em cima, chegávamos, era lindo olhar para baixo
e contemplar nossa cidade, as lavouras de café, o trem que levava, além de sua
carga habitual, muitas histórias de progresso e saudades...
Como é triste a dor da saudade,
daquela calmaria que hoje fora substituída pela agitação do mundo moderno. O
mundo caminha, dia após dia, rumo ao progresso, sem saber que necessita é de
seu retrocesso. Isto não significa prender-se ao passado, visto que a vida
segue, mas é buscar nas raízes, o verdadeiro sentido da vida.
Relembrar não é apenas recordar. É
reviver, é respirar saudades e esperar por um tempo que vem...
ALUNA:
Stéfany Cristina Oliveira Santos Serrano
PROFESSORA:
Juliana França Gonçalves Gimenes
As
várias faces do mundo
Por um tempo, venho pensando sobre o
valor da vida e das difernças sociais. Foi então, que me perguntei: “O que
levamos da vida?” “Por que há tanta diferença entre as pessoas?”
Penso que da vida não levamos nada e
sim, deixamos. Como somos imperfeitos, erramos e tropeçamos, mas é preciso
enxergar além de nós mesmos para compreender o nosso mais íntimo.
À minha volta, vejo pessoas nas suas
mais extremas diferenças. Como em uma mesma cidade pode haver tanta
desigualdade? Caminhando pelo centro da cidade, visitando bairros de periferia,
vejo trabalhadores, prostitutas, viciados.
De um lado existem os poderosos,
pessoas ricas ou até mesmo “bem de vida”, que esbanjam de comida farta e roupas
variadas. De outro, há aquelas que lutam, dia após dia, para garantia de seu
sustento. São aquelas, que debaixo do sol, recolhem papelões e, em dias de
chuva, tampam buracos nas ruas para conseguir míseras moedas. Pessoas que não
possuem, muitas das vezes, uma habitação digna, não se enquadrando na
Constituição Brasileira.
Estes seres, que para muitos, são
invisíveis, existem e clamam um pouco de atenção. O mundo reclama da violência,
da prostituição, do tráfico. Mas, olhando para essas pessoas, que vivem nas
ruas de minha cidade, compreendi que culpa de tudo isso é a desigualdade.
Enquanto o valor do mundo estiver
atrelado a uma moeda e não ao ser humano, dificilmente os problemas sociais se
resolverão. A pior miséria é a hipocrisia que nasce com a ambição.
O remédio para este mal só será
descoberto quando as faces da humanidade se unirem e formarem uma só, chamada
de igualdade.
ALUNA:
Fernanda Lopes 9º ano
PROFESSORA:
Juliana França Gonçalves Gimenes
ESCOLA:
E. E. Dalva Stela de Queiroz
CATEGORIA:
Crônica
Anjos do interior
Passeando pela cidade, observava
mansões, casebres, casas de todos os tipos. Sentei num banco da praça da igreja
Matriz e passei a observar a torre da igreja. O sino soou seis horas. A “hora
dos anjos”. Foi então que parou bem à minha frente, um ônibus do qual desceram
muitos deles, anjos humanos.
Vários trabalhadores rurais, “os
bóias-frias” desciam um por um, sujos, maltrapilhos, soados... Mas, em meio a
tudo isso, algo me chamou atenção. Tinham um sorriso largo no rosto, traziam em
seus olhos a certeza de mais um dia e uma missão cumprida.
Felizes voltavam para seus lares.
Mesmo não sabendo o que iriam lá encontrar, traziam a esperança e a alegria de
poder dar o sustento. O sal do suor transformava em tempero para os sonhos que
refletiam em seus olhares.
Então pensei: são verdadeiros anjos
reais, que na lavoura, trabalham debaixo de sol e chuva para preparar e colher
o café que serve a mesa de tantas pessoas por esse mundo à fora.
São anjos, pois enfrentam poeira,
viagens diárias, perigos do mato para fazer do ouro verde algo tão precioso que
ressalta nossa região. São anjos, pois
escolheram um trabalho digno para desempenharem...
Em meio a tanta contastação, não me
dei conta de que o tempo passara. O sino já havia parado de bater, os anjos já
tinham desaparecido pelas ruas. Então, me levantei, dei um sorriso e fui
embora.
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